
"O mundo se divide entre 2 tipos de pessoas: as que gostam do que fazem e aquelas que passam o tempo todo pensando no que poderiam estar fazendo, se não tivessem que trabalhar. Trabalho é apenas o que paga as suas contas? Ou o que faz tudo valer a pena? O que é o trabalho para você?" (Itaú Personnalité)
"Não é o que você sente por dentro que define quem você é, e sim o que você faz" (Bruce Wayne - se você lê quadrinhos, entendeu o que acabou de ler. Se não lê… bem, não é agora que vai começar a entender essas coisas)
Você já parou para perceber alguns comportamentos e perfis típicos da maioria das organizações? E como VOCÊ se comporta no ambiente de trabalho? Qual a sua máscara? Sua imagem pública? Sua persona? Qual a sua postura no trabalho: considera-o apenas um meio de sustento ou algo que te define como pessoa?
Bem... gastei algumas horas de meu - digamos - "Ócio Criativo" para trazer algumas conclusões aqui prá você. E, do alto da minha pseudo-proto-psicologia-corporativa-de-buteco, destaco alguns modelos: (à medida que eu for me lembrando, posto os outros)
a) Os neófitos. Recém saídos da faculdade. Cheios de empolgação.
Ah, a juventude... me remetem a uma época que não volta jamais - quando eu era jovem e inconsequente. Porque hoje eu sou velho e inconsequente!
Recém saídos da casa dos pais, do mundo acadêmido.. tudo é um mar-de-rosas: as pessoas são francas e verdadeiras; o salário é justo; a empresa te reconhece; e o fluminense é campeão da Libertadores! (rsrsrsrsrsrsrs... não resisti!)
Mas aí, invariavelmente, algo abrupto ocorre e estes se decepcionam. Suas expectativas não são respondidas ou, pior, vêem-se envolvidos com um dos arquétipos abaixo.
Depois de tomar esse tal "choque de realidade", os "calouros" vestem-se com o manto do cinismo e se tornam um dos perfis a seguir. Sua inocência foi roubada.
b) Os dinossauros. O sabotador. O passivo-agressivo.
Prá início de conversa, um dinossauro não precisa ser, necessariamente, velho. Mas é contrário a tudo o que é novo; à mudanças e à inovações. Por que seu mundinho assim foi concebido: assim é e assim deverá ser. Toda alteração poderá (e será) prejudicial à ele próprio (interessante como esses tipos não conseguem se enxergar como parte de um sistema maior, chamado EMPRESA).
Seu futuro é uma aposentadoria pelo INSS: enormes filas no banco, condução apertada e salário minguado - pratos cheios prá quem adora reclamar da vida. Pode se tornar um h).
c) Os incompetentes. Estes, ainda sub-divido em 3 grupos:
1) os que foram alçados à escalas superiores, sem capacitação. O PMBOK chama isso de "Halo Effect" - é aquele ténico muito bom, que, quando promovido à gerente, neguim descobre que o cara não consegue se relacionar com pessoas. Tem a ver também com o Princípio de Peter, da incompetência corporativa. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_de_Peter)
2) os que ficaram no "mata-burro". São profissionais competentes, mas que perderam-se no tempo. Não se capacitaram, a sua onda passou e agora estão desatualizados no mercado. Não são nem neófitos, nem dinosauros. Estão naquela fase da carreira em que tem que se decidir: galgar carreira gerencial ou sair fora. São o elo-perdido entre o técnico e o gerente.
3) os burros de nascença. Os desmotivados. Os que estão aqui "de favor". Enquanto os 2 tipos anteriores estão passando por uma incompetência temporária (assim esperamos - só depende deles!) esse terceiro não tem jeito. Podem virar d) ou e).
d) Os Puxa-saco
Adulador, babão, baba-ovo, cafofa, capacho, chupa-caldo, enxuga-gelo, escova-botas, lambe-cu, lambeteiro, lisonjeador, mesureiro, pelego, puxa-saco, servil... Quem não reconhece um puxa-saco? "O bajulador é um hermafrodita, um assexuado político, o seu prazer, o seu orgasmo é puxar saco, adular. Vive em permanente estado de rastejamento."
Todos eles carecem de baixa auto-estima e sabem que são dispensáveis por suas qualidades produtivas. Por isso, só vêem escapatória apelando para sessões intensivas de massagem no ego de seus superiores. São os "idiotas-úteis", que nunca têm opinião. Dignos de pena - e porrada!
e) As Piranhas de Escritório
Caso radical de puxa-saco. A engenharia social elevada à n-ésima potância. Ao contrário do "puxa-saco", a "piranha" não mantém necessariamente uma relação servil com seu chefe/superior. Muitas vezes, ela consegue inverter essa relação.
É bom lembrar que nem todas as "piranhas de escritório" são do sexo feminino. E nem todas apelam necessariamente para prazeres sexuais. Se ela for minimamente inteligente (e boa, acima de tudo), a mínima insunuação basta para atingir seus objetivos.
Eu mesmo criei duas - eu sabia que tava fazendo merda e fiz assim mesmo ("Ah, a juventude...2 - a missão")
Mas o tempo passa. E a piranha de escritório se tranforma numa uva-passa. (hã? hã? sacaram o chiste?). Se tornam um novo e temível arquétipo: o dinossauro-sexual. Vcs se lembram da Vovó Zilda, da família Dinossauros? Pois é.
f) Relação "Master/Slave"
Para cada capacho, existe um pé a pisá-lo. Para todo ser servil e rastejante, existe uma contra-partida boçal e violenta, que tenta manter-se no controle pela truculência. O chicote. O açoite. Os mantenedores do status quo. Os hipócritas: bastiões da ordem, da moral e dos bons costumes. São criadores de dinossauros.
São pessoas que vão morrer em horário de expediente, de frente às suas estação de trabalho. E ninguém vai sentir falta.
g) O Técnico Purista, que suporta nas costas as aberrações acima. A vítima. O estóico. O alienado. O boi-de-piranha. Representante de uma casta inferior, a quem não foi dada voz. E, mesmo que lhe fosse dada alguma oportunidade de se expressar, preferiria não fazê-lo. É o perfil que mais me intriga: será que eles é que estão certos?!?!?!?!?!?!?
Pode se tornar um b)... e até um c).
(Bom, vou ficando por aqui... pq ainda faltam 7661 dias para minha aposentadoria)
PS. "É na burocracia que o Brasil patina. Por conta do desvio de recursos produtivos para atividades improdutivas". Fala recente de um senador da República, criticando o total "overhead" de processos. Alguma semelhança com a sua empresa? Ou só agora vc caiu na real que ela é realmente um retrato do país?
PS.2. propositalmente, não existe a letra h). Mas leia-se desempregado ou aposentado.
2 comentários:
Engraçado é quando esses sujeitos se mesclam de uma forma bastante interessante... pude analisando friamente ver que no meu ambiente de trbalho a fauna esta bem preservada, ainda temos de todas as especies em quantidade considerável. jr
Qualquer simples problema se pode tornar insolúvel se fizermos um número suficientes de reuniões para o discutir.
(Arthur Bloch)
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