
"Empresas são como teatro. Pena que os atores estão cada vez piores." (fonte desconhecida). Isso posto, vamos começar a enumerar algumas técnicas indicadas para quem quer mostrar serviço:
1) Nunca dê uma resposta simples... enrolar é uma arte. Se não sabe, nunca declare sua ignorância. “Não sei” é proibido de ser utilizado – pode revelar sua fragilidade, seu lado humano. Um ponto-fraco a ser explorado pelos seus adversários. Pode demonstrar suas limitações e quem você realmente é. A verdade não pode ser considerado como algo estratégico num ambiente corporativo, não é verdade?
2) Fale besteira, mas com convicção. Gesticule, fale pausadamente e com certa dose de agressividade. O interlocutor - geralmente bastante desinteressado no assunto - não irá te questionar se sentir que você sabe do que etá falando.
3) Essa é clássica. Pode parecer manjada, mas nunca cai em desuso: sempre ande de um lado para o outro com uma agenda, um caderno, ou um daqueles blocos de anotações. No mínimo, uma folha de papel.
4) Finja estar preocupado - assoberbado de trabalho. Fale sozinho. Banque o louco (todos têm medo de loucos). Em casos mais extremos, tente demonstrar ansiedade; urre; dê socos nas mesas. Emule um telefonema colérico para alguém - obviamente, não haverá ninguém do outro lado da linha.
5) O básico: nunca, em hipótese NENHUMA, discorde do chefe. A qualquer afirmação de seu(s) superior(es), prontamente utilize a expressão "com certeza", seguido de um balançar de cabeça afirmativamente . É batata! A maioria dos chefes carece de adulação e necessitam de massageamento frequente do ego - nunca perca uma oportunidade.
6) Chegue no horário. Cedo, se for possível. E saia tarde - mesmo que seja apenas para usar a internet da empresa: ver putaria e baixar MP3.
7) Participe de reuniões, listas de discussão, comitês, mesmo que não seja de sua alçada, ou que você não tenha nada para acrescentar ao assunto. Assim como a questão do horário, estas participações são "indicadores de desempenho" irrefutáveis. "Fulano é do Comitê X, participa periodicamente de nossas reuniões com a Matriz, chega sempre cedo e sai tarde!"
Alguns podem interpretar isso como comprometimento. Mas, cá entre nós, sabemos que é tentativa desesperada de sobrevivência.
8) Comunicação 1:
Por que simplificar? Se eu posso ser prolixo, por que ser sintético? Posso demonstrar sapiência, usar palavras grandes, arrotar conhecimento. As "pessoas lá de cima" nem vão se dar conta de ler o texto - mas vão, mentalmente, registrar que eu sou comprometido e envio vários e-mails com conteúdo.
9) Comunicação 2:
Por que falar com o colega do lado, se eu posso mandar um MSN? Para que ligar para apenas 1 pessoas, se eu posso fazer um "conference call"? Para que tirar o rabo da cadeira e ir procurar a pessoa, se eu posso contruir um pomposo e-mail, copiando todo o nível gerencial? Porque apenas tratar de resolver o problema, se posso queimar alguns "concorrentes/adversários" e aproveitar para fazer marketing com a chefia míope?
10) Por fim: finja-se de morto. Deite. Role. Pegue o graveto, Rex. Deixe que te façam de gato-e-sapato. Mas mantenha o emprego.
Bom... melhor parar por aqui... Percebi que tô escrevendo esse post cantarolando, mentalmente, “Coisas que eu sei”, da Dany Carlos – sinal que minha sanidade está ficando debilitada.
Pau na máquina - e sai da frente! (faltam só 7670 dias para minha aposentadoria)
PS.: Se o preço da liberdade é a eterna vigilância, o pensador-livre é realmente livre, pois que este deve fazer seu próprio patrulhamento ideológico?
Um comentário:
Eu ia até deixar um comentário, mas estou muito ocupado mandando um email para a gerência, deixando-os bem atualizados dos impressionantes avanços da minha função. Traduzindo: estou tendo avanços com o layout do BLOG /JR
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